O significado e alcance do candomblé, no espaço urbano, não se circunscrevem ao terreiro. Os seus rituais transbordam a cidade, dialogam com outras instituições, como acontece com outras práticas culturais nos grandes centros.
O sociólogo Gey Espinheira, em um ensaio sobre a cristianização do acarajé, diz que a transfiguração de um bem, material ao simbólico, de uma tradição cultural, a afro-brasileira, transforma-o numa coisa sem significado, destituído de sua essência.
Turismo etno afro
Em 2006, o Ministério de Turismo criou uma nova categoria para a prática chamada Turismo Étnico. Esse turismo envolve "atividades decorrentes da vivência de experiências autênticas em contatos diretos com os modos de vida e a identidade de grupos étnicos". Na Bahia, a idéia é adicionar a visitação aos terreiros nos roteiros turísticos oficiais do estado. De acordo com a Secretaria de Turismo da Bahia, a religião de matriz africana sempre esteve presente no cenário do turismo local e nacional, por ser um expressão religiosa tipicamente brasileira.
Em 2006, o Ministério de Turismo criou uma nova categoria para a prática chamada Turismo Étnico. Esse turismo envolve "atividades decorrentes da vivência de experiências autênticas em contatos diretos com os modos de vida e a identidade de grupos étnicos". Na Bahia, a idéia é adicionar a visitação aos terreiros nos roteiros turísticos oficiais do estado. De acordo com a Secretaria de Turismo da Bahia, a religião de matriz africana sempre esteve presente no cenário do turismo local e nacional, por ser um expressão religiosa tipicamente brasileira.
No último dia 18, o Seminário Turismo e Candomblé reuniu representantes da religião, do governo do Estado e membros do segmento turístico, promovendo uma discussão para direcionar ações que contemplem o turismo e os terreiros. A abertura dos terreiros para visitação turística, guiada por orientação inadequada, faz com que os visitantes tenham uma visão distorcida da complexidade da religião, levando-os a confundir o Candomblé com manifestação folclórica e pitoresca. A religião é um organismo vivo e não deve ser vista dessa forma.
Zezito de Araújo, professor de história da Ufal, em seu artigo sobre a folclorização cultural do negro, fala que a forma mítica da cultura afro brasileira de se expressar é um modo de preservação de uma cultura desterritorializada, reprimida, ridicularizada, até hoje ainda vista com maus olhos.
Mais uma vez a nossa história vai ficar marcada pela folclorização da cultura e identidade negras.